Centro Cultural Brasil Apostou
QUARTO DE DESPEJO no Café com Letras de Carolina
Maria de Jesus

São Tomé, 14 Nov.19 ( A Voz de
São Tomé) - O Centro Cultural Brasil – São Tomé
e Príncipe, apresentou a 28.ª Sessão de Café com
Letras, uma Obra escrita pela apanhadora de
papel, Carolina Maria de Jesus, na favela do
Canindé em São Paulo e o «QUARTO DE DESPEJO» foi
apresentado pela Leitora brasileira, Janaína
Vianna da Conceição.
A Carolina de Jesus faleceu aos
62 anos pobre, mais rica no coração com uma
missão cumprida, onde melhorou a mente de
milhares de pessoas e continua até hoje. Na sua
primeira publicação escrita na favela de
Canindé, atingiu uma venda record com mais de
100 mil livros, em 13 línguas e nos 40 países,
com escrita que levou e leva uma imagem na alma,
mente e a realidade vivida neste grande Bairro
do Canindé encravado no Estado de São Paulo.

“ Esquentei o arroz e os peixes
de para os filhos, depois fui catar lenha.
Parece que vim ao mundo predestinada a catar. Só
não cato a felicidade.”
Esta foi a mensagem forte contida
neste livro de «Quarto de Despejo» no Diário de
uma favelada, de carolina Maria de Jesus, que
deixa história a nova geração do Brasil e com
esta 28ª Edição de Café com Letras, os
estudantes Universitários se comprometeram com o
Centro Cultural Brasileiro, criar uma rede de
vasculhar o referido livro e contribuir para o
aumento e enriquecimento livresco em São Tomé e
Príncipe.

O Quarto de Despejo – Diário de
uma favela, é um livro publicado em mais de 40
países, que relata o duro dia a dia de quem não
tem o amanhã. E vai perceber que, mesmo tendo
sido escrito na década de 1950, este livro
jamais perdeu a sua atualidade. No Brasil, os
exemplares de «Quarto de Despejo» alcançaram uma
tiragem de mais de 100 mil livros vendidos em um
ano.
Esta escritora brasileira,
Carolina Maria de Jesus, nasceu em Sacramento,
no interior de Minas Gerais, em 14 de Março de
1914. Vinda de uma família extremamente pobre,
tinha mais de sete irmãos e teve que trabalhar
muito cedo para ajudar no sustento da casa. Por
isso, estudou apenas até o segundo ano primário.
Na década dos anos 30, mudou-se
para São Paulo e foi morar na favela do Canindé.
Ganhava o seu sustento e dos seus três filhos,
apanhando papel para reciclagem e com a noção
ambientalista já naquele tempo.
Num belo dia, no meio do lixo; a
Carolina de Jesus encontrou uma caderneta, onde
passou a registrar o seu quotidiano de favelada,
em forma de diário.

A referida escritora foi
descoberta na favelada de Canindé, pelo
jornalista Audálio Dantas, repórter da Folha da
Noite, Carolina teve as suas folhas anotações
publicadas em 1960 no livro Quarto de Despejo. A
Obra atinge sucesso de vendas incomum no mercado
editorial nacional, a primeira tiragem, de três
mil exemplares foi estendida a 30 mil exemplares
e esgotando-se em 3 dias, apenas em São Paulo.
Menos de um ano depois, começaram a surgir
edições em outras línguas, com as publicações em
17 países até 1963, hoje chegando a 40 países
atualmente.
A escrita de Carolina serviu para
as adaptações para o teatro, o cinema e a
televisão em simultâneas ao sucesso deste livro
«Quarto de Despejo» no Brasil.
Em 1963, Carolina publicou pela
editora Áquila, o livro «Pedaços da Fome» com
apresentação de Eduardo de Oliveira e dois anos
depois publicou «Provérbios.»
Em 1977, durante a entrevista
concedida aos jornalistas franceses, a carolina
entregou os seus apontamentos biográficos, onde
narrava a sua infância e adolescência.
Em 1982 o material foi publicado
postumamente na França e na Espanha, sendo
lançado no Brasil em 1986, com o título Diário
de Bitita, pela editora Nova Fronteira.

E como a vida tem altos e baixos,
desentendeu-se com os editores em 1969, e a
carolina teve que abandonar o São Paulo e
mudou-se para uma localidade. Morreu em 1977,
aos 62 anos, de volta a pobreza.
Em suas obras, Carolina Maria de
Jesus, denunciava repetidamente o clima de
racismo e discriminação em que vivia. Observando
a realidade à sua volta, percebia ad
desigualdades e sabia que integrava a parte mais
marginalizada e desprotegida da população deste
grande Brasil e antiga Terra de Vera Cruz.
É verdade que a comparação não se
limitava só a pobreza extrema em que aquelas
comunidades viviam na favelada de Canindé, mas
também à forma como esses cidadãos eram
encarados pelo resto da sociedade brasileira.
RR
Fim VST