CEAST - CONFERÊNCIA EPISCOPAL DE ANGOLA E SÃO
TOMÉ
COM A DECLARAÇÃO DE VIANA EM LUANDA

São Tomé, 18Ag.19 ( A Voz de São Tomé) - De 15 a
18 de Agosto, decorreu, na Diocese de Viana, o I
Congresso Nacional do Clero de Angola.
Fizeram-se presentes os Srs. Arcebispos e Bispos
da CEAST e cerca de 330 sacerdotes das várias
Dioceses de Angola e São Tomé e Príncipe.
Esteve também presente, como convidado e
preletor, Sua Eminência Dom Arlindo Cardeal
Furtado, Bispo de Santiago, Cabo Verde.
Igualmente presentes estiveram alguns sacerdotes
convidados do Quénia, da IMBISA, do Brasil e de
Portugal, que partilharam as suas experiências
sobre a autossustentabilidade da Igreja.

Agradecemos ao Pai do Céu pelo momento de graça,
que foi este I Congresso. Certamente ficará na
história da Igreja em Angola e S. Tomé como um
acontecimento de aprofundamento da nossa
identidade sacerdotal e reforço da nossa missão
de pastores.
Um agradecimento especial ao Santo Padre pela
sua bênção a esta iniciativa; a Sua Eminência o
Dom Fernando Cardeal Filoni, Prefeito da
Congregação de Evangelização dos Povos, pela sua
Mensagem de apoio e partilha; à Nunciatura
Apostólica de Angola, pela sua presença e
solidariedade afetiva.
Agradecemos aos Srs. Arcebispos e Bispos da
CEAST pelo apoio dado, desde o início, a esta
ideia do Congresso. Agradecemos à Comissão do
Clero, na pessoa do Sr. Arcebispo D. Benedito
Roberto, pelo empenho e coragem em assumirem a
organização e realização do mesmo.
Agradecemos aos sacerdotes, Irmãos e Irmãs
religiosos, leigos e autoridades civis, que
contribuíram para a concretização deste
acontecimento. Agradecemos a todos os delegados,
que se fizeram presentes, pelo modo activo e
empenhado com que participaram no Congresso,
fazendo do mesmo verdadeiramente um momento de
afirmação, partilha e aprofundamento da nossa
identidade de sacerdotes: homens de Deus, junto
do povo.

Fruto das Conferências, partilhas e observações,
assumimos os seguintes pontos:
1. Afirmação da importância de uma
espiritualidade sacerdotal, que modele toda a
vida do sacerdote, fazendo da configuração com
Cristo o ideal de toda a sua existência.
2. Que o sacerdote se assuma primeiramente como
aquele que preside à vida litúrgica e de oração
da comunidade, dando uma atenção particular à
Eucaristia e ao Sacramento da Reconciliação.
3. Que o sacerdote seja verdadeiramente um homem
de Deus, junto do povo, vivendo uma vida de
serviço disponível e humilde ao Povo de Deus.
4. Que se dê uma atenção cuidada aos candidatos
ao sacerdócio, tendo em conta as orientações da
“Nova Ratio Fundamentalis Institutionis
Sacerdotalis”, bem como ao acompanhamento e à
formação permanente dos sacerdotes,
particularmente aos recém-ordenados, aos doentes
e idosos.
5. Que o sacerdote seja, como nos ensina o Santo
Padre Papa Francisco, um homem em saída, que vá
ao encontro das suas ovelhas, seja homem de
perdão e misericórdia, solidário e atento aos
mais pobres, próximo de todos.

6. Que o sacerdote cultive relações sadias e
fraternas com o seu Bispo e os colegas de
presbitério e também relações fraternas e
próximas com todas as outras pessoas, mas com a
prudência necessária.
7. Que o sacerdote saiba trabalhar com os
outros, numa pastoral de conjunto, em que se
aproveitem e respeitem os carismas pessoais e
institucionais dos vários agentes com quem leva
avante o projeto pastoral que dinamiza. A Igreja
é de todos os batizados.
8. Que o sacerdote assuma a sua identidade
sacerdotal e a sua vocação de serviço e
evangelização em todas as situações e âmbitos de
vida: na paróquia, na escola, nas famílias, no
hospital, nas prisões, nos meios de comunicação
social, no desporto, na rua…
9. Que o sacerdote procure conhecer bem a
realidade social da área em que vive e trabalha:
o número de batizados, a realidade
socioeconómica da comunidade, os vários grupos
religiosos presentes, os desafios que a Igreja
enfrenta naquele local, a fim de encontrar as
respostas pastorais mais adequadas.
10. Que o sacerdote dê uma atenção especial aos
jovens, procurando criar dinamismos de
acolhimento, escuta e integração dos mesmos na
comunidade cristã.
11. Que o sacerdote se empenhe verdadeiramente
no bem comum da sociedade, particularmente como
agente de educação para a paz e a solidariedade,
chamado que é a ser com Cristo, para além de
sacerdote e rei, também profeta, capaz de
anunciar a Boa Nova e denunciar o pecado do
mundo.
12. Que o sacerdote saiba viver modestamente,
solidário com os mais pobres, partilhando bens e
capacidades.
13. Que o sacerdote, embora nunca deixando de
confiar na providência divina, procure fazer
render os bens que lhe são confiados, de modo a
que
cada vez mais, a autossustentabilidade
das nossas Igrejas seja uma realidade, tentando
também consciencializar os cristãos para a
responsabilidade que têm na sustentação do
sacerdote e da Igreja.
14. Que o sacerdote seja luz de esperança na
sociedade e na Igreja, sem nunca perder o ânimo,
já que Jesus Cristo o Bom Pastor e Maria Mãe dos
sacerdotes sempre estarão a seu lado.
Deus abençoe Angola e São Tomé e Príncipe.
Deus abençoe as nossas Igrejas.
Deus abençoe os nossos sacerdotes.
Viana (Angola), 18 de Agosto de 2019
A Comissão Episcopal do Clero
RR
Fim VST