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Este é o novo jornal com informações de fontes digna de fé, sem vencedor e nem vencido

Dino Bajo Maestro de Stléva Plapatela venceu Concurso no Museu Nacional

São Tomé, 17 Abr. (A Voz de São Tomé) – O Grupo de Stléva Plapatela de Praia Melão capitaneado por Dino Bajo, venceu pela terceira vez o Concurso Nacional de Stléva, no Museu Nacional de São Tomé e Príncipe alusivo ao mês da Cultura neste arquipélago.

Depois do Júri ter observado atentamente os grupos de Plapatela e Mini Plapatela, Americano, Quente de Comprimido e Truqui de Água Bobô; ditou o vencedor a favor do maestro Dino Bajo com Plapatela. E a reação do protesto não fez esperar dos apoiantes de «Stléva Americano». Em causa estava uma manifestação irritantes até os ossos porque as mensagens de Plapatela já estão cansadas e vindas de outros concursos, enquanto isso Domingos Viegas de Stléva Americano, cantou e encantou os presentes com mensagens de atualidade; falando de paludismo, SIDA e como comportar-se na sociedade santomense no dia de hoje.

A segunda contestação veio dos grupos participantes de Stléva que reclamaram contra os organizadores da “ORGANIZER” que deu prémio só ao primeiro classificado e esqueceram do segundo e do terceiro concorrente. Eles defenderam que deviam apostar em apresentação e atribuírem estímulos a todos com a verba existente.

Stléva, é uma manifestação cultural que apenas existe em São Tomé e Príncipe. A mesma acontece uma vez por ano, na Quarta-feira Santa depois dos Padres Renovarem a sua aposta sacerdotal e o «Benzer dos Óleos» do batismo entre outros e depois da missa única na Sé Catedral abre imediatamente o caminho para o início dos grupos de Stlévas saírem a rua de noite pela madrugada fora.

O nome de Stléva vem da palavra “ trevas” que significa escuridão, descrevendo os dias em que Jesus andou na escuridão, prestes a ser crucificado.

Assim justifica o facto de os grupos de Stlévas, são compostos por três a seis pessoas, que saem às ruas, à noite, com canções de escárnio e mal dizer, cantando em versos a maioria dos problemas da sociedade santomense, nos erros do ser humano e o perdão, ressaltando as relações conjugais cantadas em crioulo forro; língua nativa da zona centro de São Tomé.

Os instrumentos utilizados são tradicionais tais como: vara de bambu para marcar o ritmo, canza ou reco-reco e alguns casos com os chocalhos- (sacaia). Os membros do grupo usam panos brancos amarados à cabeça, braços e cintura, simbolizando Jesus crucificado.

Se recuarmos para visionar aquilo que o tempo apagou, daremos conta que o número de grupos de Stlévas que existem hoje, em nada se compara com os que, existiu a saber: Stléva Cornélio de Caminho Novo, Vingança de Boa Morte, Ngunu de Água Porca, Americano Viegas de São Marçal, Monta Alegre, Piedade, Santana, Santo Amaro e muito outros grupos. Onde faziam ronda e depois concentravam-se no salão de dança ou um recinto conhecido no local. Em seguida iam vasculhar de porta em porta, por diversas zonas e as pessoas eram obrigadas a levantarem de cama e abrir a porta pagando e ouvindo mensagem, para além dos curiosos animados que seguiam Stléva até mais não!

Entretanto, é uma verdade que esse pouco número que hoje ainda existe foi graças a um bom trabalho feito pela Direção da Cultura evitando energicamente que essa manifestação cultural; que é exclusivamente nossa, caísse numa completa extinção na ilha de São Tomé.

O Concurso Nacional de Stléva Cornélio, realizou pela terceira vez, após ter sido já realizada pela Direção-Geral de Cultura na 1ª Edição em 2015, a 2ª Edição em 2016 na Famosa Praça do velho cego, Yon Gato e agora entrou na senda da segunda semana do mês da cultura; no coração do Museu Nacional em cima da antiga “Casa de Asfixia”. É tida como uma ação estratégica com vista a revitalização desse importante elemento da cultura santomense.

Se hoje existe um grupo de cinco e embora pequeno para sustentar cerca de 200 mil habitantes, mas, pode-se dizer, que é graças a essa ação estratégica que a Direção da Cultura tem vindo a levar ao cabo em São Tomé e Príncipe.

Todavia por isso a intenção, face ao resultado conseguido visto que já tem o grupo jovem de Mini-Plapatela; continuar nesta senda, na perspetiva de num futuro não muito longe, se poder ter maior número de grupos de Stlévas a saírem à rua nas Quartas-feiras Santa, como reza a tradição de São Tomé.

O Grupo Plapatela do Dino Bajo de Praia Melão uma zona pesqueira, já existe há 25 anos. O referido grupo surgiu pela influência que os seus fundadores foram sofrendo dos seus parentes próximos, que por sinal, eram grandes mestres da Stléva.

Ao longo do tempo da sua existência, já participou em vários eventos culturais realizados ao nível de São Tomé.

Das duas primeiras «Edições de Stléva» realizado pela Direção-Geral de Cultura, na Praça de Yon Gato e agora no Museu Nacional pela ORGANIZER, Plapatela tem conquistado o 1º lugar nos três concursos.

O Grupo de Stléva Americano existe desde 1985 com o grande mestre Júlio Moreno Viegas, mais conhecido por Americano, que por sinal foi bancário e locutor da Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe, que produziu o programa mais quente de esta Estação Emissora de madrugada, Ossobó, com a tia Medi, Mala pêtema e o jovem de 70 anos.  

Após o passamento físico do mesmo em 2005, e o seu irmão, Domingos Moreno Viegas, que ingressou no grupo em 1995, assumiu a liderança.

O grupo já participou em alguns eventos culturais, sendo de destacar o concurso nacional de Stleva realizado pela Direção-Geral da Cultura em 2015 e em 2016, tendo conquistado o 2º lugar nas duas edições.

O Grupo Quente de Comprimido foi fundado por Wilson, que durante algum tempo fez parte do grupo de Stléva Americano.

Após este ter abandonado o referido grupo, estando no seio dos seus colegas de trabalho que se dedicam a venda de comprimidos, em 2014, entendeu por bem formar o seu grupo de Stléva, o qual se denominou, “ Grupo Quente de Comprimido”.

Desde aquela data até hoje, o grupo jamais parou. Em regra, participa sempre nas festas que têm sido organizadas pelos vendedores de comprimidos da cidade capital.

Nos dois concursos realizados, ficou em 4º lugar e a Direção da Cultura muito agradece porque todos vieram do zero.

O Grupo Truqui de Água Bobô surgiu a 17 de Fevereiro de 2013, pela iniciativa de um dos seus membros fundadores, Mé Zedo, que é também ator de carnaval tradicional.

Já participou em alguns eventos na CACAU e nos outros pontos de São Tomé e bem como no concurso nacional de Stléva realizado pela Direção-Geral da Cultura em 2015 e 2016 tendo ficado em 3º lugar nas duas edições.

Stléva é uma realidade cultural exclusiva para São Tomé, que é cantada rapidamente em língua nacional através de exemplo, versos e figuras de estilo. Até agora o maior mérito e fama vai para o senhor Manuel Carvalho (Cornélio) que subiu a árvore de Bengui na zona de Cova Barro e pela sua infelicidade o proprietário de Bengui apareceu.

Cornélio correu muito e bem assustado, enquanto ele saltava uma cova o dono de Bengui saltava duas covas, “eu estou a matar você”. Dali o Cornélio teve de pedir socorro na vizinhança. Um outro pormenor exclusivo de Cornélio na ronda que fazia, era muito longa porque começava em Caminho Novo ia até a Vila de Almas, descia para Praia Melão, seguia para a Vila de Pantufo e depois subia pela Cova Barro para concentrar no Terraço do senhor Domingos na Vila de Bombom e o mestre Cornélio era transportado na rede durante esses quilómetros com música.

RR NC

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