História do Capitão de Danço Congo Espalhado
								
								
								em 
								São Tomé e Príncipe
								
								
								
								São Tomé, 25 Abr. (A Voz de São 
								Tomé) - O Danço de Congo é um grupo cultural de 
								dança e muito atraente para todas as camadas da 
								sociedade santomense e uma boa maravilha para os 
								estrangeiros, imagina-se que foi importado do 
								Congo Brazzaville, através de um ex-capitão 
								militar que viveu em São Tomé naquele tempo que 
								hoje é relatado como o caso do Evangelho de S. 
								Marcos, que retrata a história de um fazendeiro 
								que tinha uma empresa agrícola grande e la vivia 
								com a sua esposa, filhos e os trabalhadores.
								
								Com o passar do tempo que não espera pela pessoa 
								e a doença é vingança do Homem, a sua esposa 
								faleceu e o dono da roça veio também falecer 
								mais tarde. Face a esta situação os seus 
								herdeiros filhos, nenhum prestavam porque eram 
								todos meios destrambelhados e despassarados que 
								não se importavam com os trabalhos da roça e só 
								pensavam nas brincadeiras, rir e fazer rir aos 
								trabalhadores e visitantes; para se divertirem a 
								farta.
								
								
								
								A referida roça que era muito 
								produtiva sobre a gerência especial do seu 
								Patrão, começou a cair em desgraça da falência 
								rural. Então os moradores, trabalhadores e 
								amigos da família reuniram-se e decidiram em 
								massa, encontrar um Administrador para gerir a 
								citada empresa agrícola, que recaiu na pessoa do 
								antigo militar “Capitão de Congo”.
								
								O referido capitão começou a trabalhar com força 
								e toda energia, conseguiu recuperar a produção e 
								colou-se na Alta produtiva. E um belo dia, 
								decidiu tomar a roça sua coisa porque os filhos 
								eram malucos e nunca apareceu nenhum membro 
								dessa família.
								
								Para dar mais visibilidade a roça, fez uma 
								grande festa com muitos convidados e comprou 
								fardamentos para os empregados. No dia da festa 
								ele chefiou a dança fazendo ronda a volta do 
								quintal mas perdeu controlo porque os Bobos como 
								filhos do dono da roça ocuparam a frente da 
								dança todos mal trajados porque o Capitão de 
								Congo lhes tinham abandonados e nem comprou 
								fardamentos para eles como únicos herdeiros da 
								roça.
								
								
								
								Depois começou a boda com comida 
								a gosto de todos. Por noite fora, a filha do 
								Capitão de Congo, Anzo molê, adoeceu muito e o 
								capitão mandou chamar o feiticeiro “ Zugo-Zugo” 
								para lhe salvar. Veio e não conseguiu fazer 
								nada! Então tiveram que chamar o seu vizinho “Pé 
								de Pau” onde ambos vivem de roupa vermelha para 
								curar ou matar.
								
								Com a chegada do “Pé de Pau”, ele começou a 
								trabalhar e a criança estava a melhorar-se bem, 
								os curiosos e supestiosos que estiveram a volta 
								do feiticeiro, abandonou-lhe e foram para a 
								volta de o “Pé de Pau”.                   
								
								O feiticeiro Zugo-Zugo, sentiu-se derrotado e 
								foi embora de cheio de vergonha. Tem piada que 
								no meio da estrada, mudou de ideia criando um 
								espirito mau para matar a filha do Capitão de 
								Congo. E assim foi, regressou disfarçado e fez a 
								sua bruxaria matando “Anzo molê” que já estava a 
								ser recuperada por “Pé de Pau” e fugiu da roça 
								de abalada. Ao descobrirem o Capitão de Congo e 
								os outros também saíram em sua perseguição mas 
								não lhe apanharam mais, porque o feiticeiro já 
								tinha saído da roça.
								
								O Capitão de Congo, nervoso foi ter ao guarda 
								bem furioso; “ o senhor não viu o feiticeiro a 
								fugir para lhe pegar?” e o guarda lhe respondeu: 
								“Eu estou cá para tomar conta da roça e não das 
								pessoas que passam! ”
								
								Face a esta situação, o Capitão de Congo, viu-se 
								derrotado moral, físico e psicológico na porta 
								da roça com a morte da sua querida filha, Anzo 
								molê, naquela mesma noite a festa terminou com a 
								sua Administração na roça dos bobos.
								
								
								
								Eis a razão que os bobos vão 
								sempre a frente do «Danço Congo» com galhofaria 
								e contos, mal trajados e bem sujos com toda 
								roupa e sapato trocados. E ambos vermelhos do 
								feiticeiro e o Pé de Pau, têm a sua entrada 
								especial em separado na cena, enquanto os bobos 
								reinam do princípio até ao fim do Danço; como os 
								herdeiros legítimos desta roça.
								
								É verdade que até hoje o Danço de Congo, é uma 
								cultura fortemente aderida pela população 
								santomense e não se sabe; se esta dança é do 
								Congo ou se foi inventada pelo Capitão de Congo 
								ao apoderar-se da roça, para fazer brilhar muito 
								mais a sua festa.
								
								Como se vê nas fotografias, os fardamentos de 
								Danço de Congo são bem coloridos com os 
								capacetes e reco-reco de bambu. O capitão de 
								Danço, funciona com uma vara colorida e também 
								os seus dois auxiliares, fica ao meio e 
								determina todos os movimentos; avançar e recuar, 
								dando voltas como correndo.
								
								Na foto temos dois bobos a dançarem, “Anzo molê” 
								no chão deitado, a vedeta cantora Sebastiana e a 
								sua trás o capitão de Danço de Ponte Graça.
								
								RR
								
								Fim / VST